sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O Educador Musical GEORGE SELF (1921 - )


George Self faz parte da segunda geração de educadores musicais dos métodos ativos. Ele é professor de música em escolas de ensino regular na Inglaterra, é ligado a música de vanguarda, não concorda com o ensino de “música do passado”, pois a vê como “um adestramento musical dos alunos” pois, esse tipo de ensino é voltado para si mesmo em muitos casos. Na educação musical é a favor de que os alunos sejam estimulados a ouvir, criar e inventar novas escritas de partituras, tendo início com a escala cromática para conscientizar as crianças das variedades sonoras e não das alturas. Esse trabalho deve ser feito de forma coletiva, ou seja, todos juntos explorando as possibilidades de um determinado instrumento. A iniciação musical não deve enfatizar a pulsação musical e nem as alturas, mas sim explorar os timbres e as variedades sonoras.  George Self dá muita importância aos instrumentos artesanais e principalmente aos confeccionados pelos próprios alunos e utiliza também diversos instrumentos de percussão porque facilitam o primeiro contato e a exploração sonora dos alunos. As atividades desenvolvidas com os alunos não são convencionais e ele enfatiza e valoriza a exploração e a produção sonora pela pratica e criação em conjunto.
De acordo com o educador podemos classificar os instrumentos conforme os sons que produzem, ou seja: instrumentos que produzem som curto, pandeiro, claves etc; instrumentos de sons sustentados, cordas, metais e madeiras etc; e instrumentos de sons que se extinguem  aos poucos, piano, maracás, triângulos etc. A notação para ele pode ser simplificada, pois, valoriza os sons e os timbres, então deixa o ritmo livre da submissão ao pulso e a melodia livre das escalas e modos. Com essa liberdade do pulso e de alturas definidas a partitura pode ser interpretada de diversas formas. No início em relação à dinâmica utiliza somente os sinais de (f) forte e (p) fraco. A escrita de sua partitura é representada por pontos  que representam sons curtos, ponto e linha curva para representar um som tenuto, linha em zigue-zague para representar um tremolo e diversos outros sinais para os demais sons. Após o desenvolvimento desse trabalho com os alunos se quiser trabalhar com a “música do passado” fica fácil porque muitas propriedades do som foram trabalhadas ouvindo, tocando, criando e lendo. Portanto, a transição para a leitura da partitura convencional pode ser feita a partir de uma linha com uma determinada clave, três notas diferentes e os sinais de intensidade (f) e (p). Em pouco tempo e com um mínimo de sinais os alunos já podem no início de sua prática musical com a “música do passado” criar e ler frases musicais feitas por eles mesmos o que torna o ensino e a aprendizagem musical mais criativa e significativa com a realidade dos alunos.

O texto acima foi elaborado com base nos livros “De Tramas e Fios” de Marisa Fonterrada e “O Ouvido Pensante” Murray Schaeffer

As atividades que desenvolvemos com algumas partituras do George Self foram muito esclarecedoras, divertidas, diferentes e criativas de fazer, pois cada um que se dispunha a interpreta-las fazia de forma diferente em relação a duração aos timbres e as alturas porque esse tipo de escrita possibilita essa abertura. Os momentos das atividades com as partituras do Self  deram-nos muito prazer e foram produtivos para nós adultos. Penso que o mesmo ocorre em uma sala de aula, pois, este tipo de música e escrita musical proporciona momentos de realização em grupo e individual. Ainda permite a expressão, criatividade e condução das atividades por cada indivíduo do grupo, além de desenvolver também a socialização dos alunos, pois existem alguns combinados que temos de seguir como indivíduos dentro do grupo para que a música aconteça num todo.

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