quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Zoltán Kodály - Que a música pertença a todos.

O Educador e compositor Zoltán Kodály

Zoltán Kodály nasceu em 16 de Dezembro de 1882 na cidade de Kecskemét, Hungria e morreu em 06 de Março de 1967 na cidade de Budapeste, Hungria Foi compositor, etnomusicólogo, educador, linguista e filósofo. Além de um dos mais destacados músicos húngaros de todos os tempos. O seu estilo musical atravessou num estado inicial uma fase pós-romântica vienense e evoluiu para um período de mistura de folclore e complexas harmonias, num estilo partilhado com Béla Bartók. Estudou em Galánta, cidade a que dedicou as suas conhecidas Danças, e em Nagyszombat. Depois, em Budapeste, foi aluno na Academia de música Franz Liszt, onde estudou com Hans Von Koessler. Em 1906, depois de terminado o curso de letras, fez uma viagem de estudo a Berlim e começou nesse ano a investigar sobre o folclore húngaro, tarefa essa que contaria com o apoio posterior de Bartók. Kodály compôs durante toda a sua vida e chegou a recolher mais de 100.000 canções, peças, trechos e melodias populares húngaras, as quais aplicava nas suas composições com singular perfeição técnica. Em 1907 passa a lecionar na Academia Ferenc Liszt, onde dá aulas de composição. Dessa época o que temos são as suas produções de dois quartetos de cordas (op.2, 1909 e op.10, 1917 respectivamente), uma sonata para violoncelo e piano (op.4, 1910) uma sonata para violoncelo (op. 8, 1915), e um duo para violino e violoncelo (op.7, 1914). Todos estes trabalhos são de grande originalidade de forma e conteúdo, misturas de grande interesse da mestria ocidental em relação à tradição e composição clássica, romântica, impressionista e modernista com o profundo conhecimento e respeito pelas tradições folclóricas húngaras, eslovacas, búlgaras, albanesas e de outros países do leste europeu. Devido à Primeira Guerra Mundial e às consequentes mudanças geopolíticas na região, e também devido a certa timidez pessoal, só em 1923, com a obra Psalmus Hungaricus estreado no concerto de celebração do 50º aniversário da união de Buda e Pest, Kodály atinge uma consagração definitiva e fama mundial. Pouco antes (1919) tinha sido nomeado Subdiretor da Academia Húngara de Música, ao que mais tarde juntou outros títulos e nomeações:
Membro da Academia Húngara de Ciências (1945)
Presidente da Comissão de Musicologia (1951)
Presidente do International Folk Music Council (1951)
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Berlim - Leste (1964)
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Toronto (1966)
Membro Honorário da Academia das Artes e das Ciências dos EUA (1963)
Presidente honorário da International Society for Music Education
Enquanto pedagogo, o seu nome é associado ao seu método Kodály, que revolucionou o sistema de aprendizagem musical até então em vigor, e que é na atualidade muito aplicado em escolas de música. No entanto, não foi o autor isolado dos princípios diretores do método: a sua filosofia da educação serviu de inspiração aos seus discípulos que coletivamente compilaram e desenvolveram o método ao longo dos anos. Permaneceu em Budapeste durante a Segunda Guerra Mundial, algo que os húngaros sempre viram como sinal de amor patriótico. Faleceu como herói nacional, respeitado na Hungria e internacionalmente.

O texto acima foi retirado da enciclopédia livre Wikipédia e tem as seguintes referências:

Kodály (em português). Clássicos Eternos. Página visitada em 26 de setembro de 2009.
Eösze, László. Zoltán Kodály: His Life and Work. Trans. István Farkas e Gyula Gulyás. London: Collet’s, 1962.


Princípios pedagógicos

A educação musical húngara não é um método, mas sim uma filosofia sobre o papel da música  na sociedade e na vida da criança, do adolescente e do adulto. Em relação à música na Hungria  Kodály tem fé, ou seja, acredita em uma educação musical válida, pois, a música além de desenvolver as atitudes musicais, desenvolve também as faculdades mentais e a personalidade, além de refletir positivamente no conjunto das disciplinas escolares. É de suma importância a educação vocal porque a voz é um instrumento acessível a todos e um ótimo meio para desenvolver as aptidões musicais. O canto coral, exige esforço, mas, proporciona o prazer de fazer uma boa música coletiva, além de promover a disciplina do caráter. De acordo com Kodály o canto deve ser embasado nas músicas da Hungria e após o domínio dessas canções os alunos poderiam ter acesso às músicas de boa qualidade de fora do país. Transportando para a nossa realidade as crianças devem conhecer e dominar as músicas do folclore brasileiro e após isso terem contato com as músicas de boa qualidade dos outros países. As crianças e os jovens devem ter o acesso somente à música de qualidade e o mais cedo possível. É obrigação da escola e do Estado proporcionar o acesso à experiência musical. 

Princípios para a pratica coral segundo Kodály

O piano não deveria ser utilizado nem para acompanhar e dar o tom. O ideal é que as melodias sejam ensinadas pela própria voz. O piano não deveria ser o apoio auditivo, esse apoio deve ser de outra voz e os cantores deveriam aprender a ler música, pois a leitura e a escrita musical proporcionam o aculturamento musical.

PROCESSO EDUCATIVO

O início se dá por meio da percepção dos sentidos para a cognição, ou seja, percepção, reprodução e escrita. Esse trabalho de percepção ocorre por meio das canções que trabalham e desenvolvem a memória da melodia, da harmonia, do ritmo e do texto. Essa prática é apoiada pela solmização relativa que é também chamada de Dó móvel, isto é: A, B, C, D, E, F, G  que representam os sons fixos e suas alturas ou tonalidades exatas e as letras minúsculas d, r, m, f, s, l, t que representam os sons móveis e são utilizados tanto para a tonalidade maior, quanto para a menor. Ainda a prática musical melódica no método Kodály se utiliza da manosolfa que é um sistema de representar as notas musicais com as mãos e a escala pentatonica como ponto de partida.
Exemplo de exercícios: canções com os intervalos de: sol-mi, sol-mi-do, sol-mi-do-la. Progressivamente introduzir canções que tenham novos sons seguindo a seqüência: _ s-m-d-l-r_s-m-d-l-r-l-s_ s-m-d-l-r-l-,s,_ s-m-d-l-r-l,s,f_s-m-d-l-r-l,s,f,t,_ s-m-d-l-r-l,s,f,t,d,_ s-m-d-l-r-l,s,f,t,d,t. Desenvolver exercícios para o reconhecimento dos sons graves e agudos etc.
Já em relação ao ritmo utiliza as sílabas com palmas em lugares diferentes do corpo e as sílabas ta para seminimas, ti ti para colcheias etc.

Minha experiência com o método Kodály
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Já tinha ouvido muito falar sobre o método Kodály, mas, não tinha participado de nenhuma oficina ou atividade e neste semestre tive a oportunidade de vivenciar algumas atividades e ter contato com os princípios pedagógicos e os princípios para a prática do canto coral. O que achei interessante é que mesmo sem ter contato diretamente, mas, por estudar com professores que já estudaram o método Kodály, minha prática tem muita influencia do método Kodály. Com uma turma de canto coral no ano de 2000, sem saber do método comecei a trabalhar as figuras rítmicas com o nome das notas do, re, mi, fa, sol, la, si em diversas alturas. O grupo se desenvolveu bastante em relação à afinação, leitura melódica e leitura rítmica, também proporcionou ao grupo a oportunidade de criarem frases musicais próprias utilizando as figuras rítmicas e as notas. Após esse trabalho ficou muito mais fácil e prazeroso desenvolver a leitura na pauta musical. Eu sentia dificuldade quando trabalhava ritmo e melodia com os instrumentos harmônicos e utilizava a notação das letras A, B, C, D, E, F, G, pois causava confusão em relação da letra que representava nota musical  e a que representava o acorde. Porém, agora com a apropriação do sistema de escrita Kodály este problema foi resolvido. Apesar de ter sido um contato breve na pós-graduação em relação ao método Kodály, já me ajudou a solucionar algumas dúvidas musicais e instigou-me o interesse de ter uma vivência mais aprofundada do Método porque afinal de contas a música pertence a todos como afirma Kodály.

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