terça-feira, 2 de agosto de 2011

O poder do meditação/controle do pensamento

Mentes brilhantes

A nossa consciência é um dos grandes mistérios da humanidade. Mas já sabemos que é possível alterá-la com pequenas mudanças de atitude que podem deixar você - e o mundo - transformado

por Karin Hueck
É um pequeno pedaço de rocha de quartzo de pouco menos de 6 centímetros. No alto está uma cabeça comprida, equilibrada em cima de uma barriga protuberante e ao lado de braços e pernas rechonchudos. Dependendo do ângulo de visão, ela parece ter a forma de um corpo de mulher - ou simplesmente de uma pedra gasta. Mas, para alguns arqueólogos, esse pedaço de rocha tem um valor inestimável: trata-se possivelmente da obra de arte mais antiga do mundo. A Vênus de Tan-Tan, encontrada na região do Marrocos que leva o mesmo nome, tem entre 300 mil e 500 mil anos de idade. Ela estava ao lado de ferramentas produzidas por hominídeos, provavelmente o Homo erectus, mas é muito mais importante -que as pontas de lança que a cercavam: é indício de um cérebro consciente. Para que o quartzo assumisse a forma humana, foi necessário que nosso "tataravô" o colhesse do chão e olhasse para ele com interesse o suficiente para alterá-lo com instrumentos até se parecer com uma mulher. Isso não é banal. É prova de que aquele ser já tinha uma percepção de si e do mundo. Foi um dos grandes momentos da humanidade: deixamos de ser animais e ganhamos consciência da nossa existência. Nada mais foi igual depois desse instante - criamos a arte, a religião, a empatia. Viramos humanos. E podemos estar próximos de mais um desses grandes períodos de virada, de mais um salto de consciência.

O conceito de consciência está na lista das questões mais difíceis da ciência, de mãos dadas com "o que havia antes do Big Bang?" Esse "eu" que mora dentro da sua cabeça, a vozinha com quem você conversa, parece ser inerente aos seres humanos - mas ela não esteve sempre lá. Pela definição clássica, bebês de até 2 anos não têm consciência ainda. Não se reconhecem em frente ao espelho, não sabem que vivem separados do ambiente ao redor. Da mesma forma, animais também são não-conscientes. Alguns, como os gorilas e os elefantes, até se reconhecem na frente do espelho, mas é impossível dizer que sabem quem são ou que é dor/amor/fome aquilo que sentem. Para a farmacologista de Oxford Susan Greenfield, a consciência depende do tamanho e do grau de desenvolvimento do cérebro - quanto maior, mais sofisticado será o pensamento. Por isso, bebês pequenos e animais não têm a mesma experiência que nós. Para Greenfield, é o número de neurônios ativos que determina o grau de consciência. E os neurônios ativos dependem dos estímulos externos no cérebro: imagens, sons, lembranças.

Desde quando o Homo erectus resolveu transformar a pedra em Vênus e mais tarde, por volta de 50 mil anos atrás, data em que evidências de arte e pinturas rupestres pipocaram por diversos cantos do planeta, nossa consciência foi sendo estimulada. Mas ela nem sempre está igual. Cientistas já descobriram que em diversas situações ela se configura de maneiras diferentes. A meditação é uma dessas maneiras. A história dos monges Tum-mo é famosa. Em um experimento conduzido por um cardiologista de Harvard, Herbert Benson, eles foram colocados para meditar dentro de uma geladeira frigorífica a temperaturas inferiores a zero grau, envoltos em panos molhados. Em vez de tremer ou entrar em hipotermia, em pouco tempo as cobertas estavam secas, e os monges continuavam aquecidos. Tudo com o poder da mente.

As características físicas da meditação são conhecidas faz tempo: respiração desacelerada, queda no metabolismo e nos batimentos cardíacos. Mas as consequências dessa sintonia de pensamento estão apenas começando a ser exploradas. "Podemos pensar no estado de consciência como um voo de avião. Quanto mais elevado você estiver, mais você enxerga o horizonte e vê a área ao redor", diz Leonardo Mascaro, mestre em neurociência pela USP e praticante de meditação há 20 anos. Para Benson e Mascaro, qualquer um pode se beneficiar de um estado elevado como esse.


É coisa da sua cabeça
Raymundo Vasconcelos é um matemático paulistano que sofria de estresse. Em 2002, a situação estava tão grave que tinha dificuldade para dormir e vivia com irritação constante. Quando resolveu tentar a meditação, o objetivo era reverter esse quadro - mas ele acabou indo mais longe. "É como se eu conseguisse controlar meus pensamentos. Meu foco passou a ser no agora, não mais no passado ou no futuro. Tenho uma atenção mais holística das coisas", diz Vasconcelos. O estresse, claro, diminuiu, mas ele também passou a render mais no trabalho e começou a ter facilidade para aprender outras línguas. É como se tivesse passado por um salto de consciência - que ele agora consegue replicar o tempo todo. "Medito andando ou até conversando. Deixei de reagir aos meus pensamentos, agora sou eu que ajo", diz Vasconcelos. Nem todos sentem a mudança da mesma forma, e a meditação não é a única maneira de chegar lá. Mas esse grau maior de conscientização (de si mesmo e do ambiente ao redor) traz consequências impressionantes. Todo mundo já sentiu isso em maior ou menor grau; um estado de estar plenamente ciente de seus atos e com o pensamento focado nas ações. Se fosse possível ficar nesse grau de concentração o tempo todo, sintomas como ansiedade e estresse sumiriam, e até mesmo a relação com os outros e o ambiente melhoraria.

O próximo passo agora seria imaginar o que aconteceria se esse processo, restrito hoje em dia a algumas poucas pessoas, fosse repetido por um grande número de indivíduos - sociedades inteiras. É o que imaginou um grupo de pensadores, animados com os resultados que o salto de consciência pode trazer. São pessoas filiadas ao Clube de Budapeste ou ao grupo World Shift, cuja missão principal é esclarecer que estamos chegando ao limite, como indivíduos e como espécie, e que precisamos mudar a relação com o mundo. "Quando uma espécie com alto nível de consciência, como o humano, chega ao limite de seus recursos, ela não precisa morrer. Ela pode mudar sua consciência. Com isso, teríamos outros valores e prioridades. Poderíamos viver de maneira sustentável", escreveu em um artigo Ervin Laszlo, fundador do Clube de Budapeste. Sustentável, aqui, é mais do que ecologicamente correto - é menos ansioso, mais responsável pelos seus atos. A lógica deixa de ser a da competição e passa a ser a da colaboração. E já temos as ferramentas necessárias para colaborar: a troca de informações e experiências. Mal não pode fazer. Pode ser um caminho para mais um momento histórico - parecido com aquele do primeiro Homo erectus que viu significado na rocha e que nos tornou humanos.


Para saber mais

How Humanity Came Into Being: The Evolution of Consciousness
Martin Lockley, Floris, 2010


Conscious Evolution: Awakening Our Social Potential
Barbara Hubbard, New World Library, 1998

segunda-feira, 25 de julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Didática/ Pedagogia

Estou colocando esse vídeo, pois tem tudo a ver com o que estudamos e discutimos nesse semestre e também porque o Mario Sérgio Cortella explica as palavras a partir da etimologia de cada uma delas, o que facilita nossa compreensão.

Como ser um bom professor

Não tenho nem que comentar!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Psicologia da educação/ Para pensar: A diferença entre professores e educadores.

MARCAS DE BATON NO BANHEIRO


Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.

O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...

Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora.

No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...

No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.

Nunca mais apareceram marcas no espelho!  
Moral da história: Há professores e há educadores...
Comunicar é sempre um desafio!
Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.

Por quê?
•Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
•Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.

•Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
•Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade.


"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes".

terça-feira, 28 de junho de 2011

Didática/ Como nasce um paradigma.

Como estamos falando e discutindo muito sobre a mudança de paradigma, estou postando este vídeo para ajudar na compreensão do que é, e como nasce um paradigma. É bem bacana e ilustração do vídeo.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Psicologia da educação/A Psicologia e o Mestre.


A ciência ainda não chegou aos dados e descobertas que nos permitam encontrar as chaves para a psicologia do mestre, porém para olharmos o processo educacional de forma mais abrangente devemos observar de um ângulo psicológico todos os aspectos importantes para o seu desenvolvimento e, é necessário levar em canta também a psicologia do trabalho do mestre para mostrar a que leis ele está sujeito. Isto é, cada concepção pedagógica se relaciona a uma concepção específica da natureza do trabalho do mestre. O professor que antigamente era o transmissor de conteúdos e que sabia "tudo", atualmente esta sendo cada vez mais deixado de lado e substituído de todas as maneiras pela energia ativa do aluno, que  procura por conta própria obter conhecimentos, e mesmo quando os recebe do mestre procura transforma-los, ou seja, o aluno se educa. O que importa neste momento educacional não é a quantidade de conteúdos e sim educar a habilidade para aprender e adquirir o conhecimento para sua utilização. Portanto, recai sobre o professor um novo papel que é o de ser o organizador do meio social e este é o único fator educativo. Então o docente não pode se tornar deplorável exercendo o papel de apostolo da verdade, mas sim ser um sujeito dinâmico e vivo que socialize e aprenda em conjunto com os alunos o que a humanidade já produziu de cultura e conhecimento. O professor deve ter em mente que o magistério não é para qualquer um e para ser um bom professor precisa ter clareza e precisão para que possa assim orientar o próprio conhecimento e o dos alunos. Os alunos sempre foram carregados pelos professores e isso incutia no mestre a ideia de que deviam sempre estar inspirados, porém essa inspiração não é problema para o professor. O problema é que nem sempre os alunos ficam inspirados pelos mesmos motivos que o professor e a tarefa do professor é que o aluno se entusiasme por seu próprio interesse, curiosidade e necessidade educacional. Porém, do  professor é exigido que tenha o conhecimento preciso nas leis da educação, pois seu trabalho deve ser construído com base no conhecimento educacional e científico. Portanto, podemos ver que a primeira exigência feita a um professor é para que ele seja um profissional cientificamente instruído e além de ser cientificamente instruído, deve ser um professor de verdade, pois atualmente cobra-se do professor um alto grau de conhecimento sobre a sua prática profissional porque a pedagogia se tornou uma verdadeira arte complexa e com base científica. Outro ponto a se levar em consideração é a relação entre professor e aluno, pois na escala social das relações humanas essa relação pode atingir muita intensidade, transparência e elevação desde que o professor consiga viver na comunidade escolar como parte inalienável dela. Porém para que isso ocorra o professor deve ser criativo e dinâmico, pois somente assim poderá criar em pedagogia e buscar a junção de seu trabalho com o trabalho do cientista, do político, do economista, do sociólogo e também do artista.