Discutimos sobre avaliação na aula do dia 23/05/2011. A professora apresentou no quadro a proposta triangular de Ana Mae Barbosa.
Ao ler o texto sobre a proposta triangular de Ana Mae Barbosa percebi que o fazer artístico deve estar fundamentado em três processos que são: a contextualização, o fazer e o apreciar. A autora afirma que a contextualização é a porta aberta, ou seja, o caminho para a interdisciplinaridade e o contato com outras mídias. Isto é, a contextualização é o que proporciona o ziguezague entre o fazer e o apreciar ou o oposto, o apreciar e fazer. Entretanto, deixa claro que a proposta triangular não é uma formula e muito menos uma disciplina ou cartilha, mas sim uma articulação entre o fazer, o contextualizar e o apreciar. Consequentemente podemos começar uma determinada atividade pela contextualização, pelo fazer ou ainda pelo apreciar, ou seja, a proposta triangular não é uma cartilha que deve ser seguida à risca ela deve ser transformada, pois estes três processos no qual ela se refere são processos mentais. Sendo então processos podemos começar as aulas com seis sequências diferentes por meio da utilização destes processos, ou seja, fazer, contextualizar e apreciar; fazer, apreciar e contextualizar; apreciar, fazer e contextualizar; apreciar, contextualizar e fazer; contextualizar, fazer e apreciar; contextualizar, apreciar e fazer. É mais uma forma de deixar a aula dinâmica e longe da monotonia.
(Isso é muito interessante, não é?)
OUTRAS OBSERVAÇÕES:
O que pude perceber que com a proposta triangular a aula pode sempre ser diferente em relação ao início, pois temos pelo menos seis propostas diferentes para iniciar uma determinada aula, prática ou conteúdo. Durante essa aula uma aluna disse que o professor não esta preocupado com o aprendizado do aluno. Discordei veemente, pois, ainda existem muitos professores compromissados e, inclusive citei que, ao dar aula particular costumo firmar um contrato com os alunos para além do pagamento mensal, ou seja, firmo um compromisso e cobro do aluno praticar os exercícios em casa pelo menos o mínimo. Ainda nesta aula, discutimos sobre o ensino do piano e o conflito que as escolas particulares, conservatórios e professoras estão encontrando para lecionar, pois os alunos querem tocar peças rápidas e várias peças em pouco tempo sem se aprofundar ou melhor sem terem desenvolvido a técnica e habilidades necessárias. Há que se levar em conta que estamos vivendo na sociedade do fast food em todos os sentidos e o meio musical não sofre exceção. Ainda mais com as pessoas assistindo os programas no estilo de ídolos, Raul Gil e similares nacionais e internacionais, passam a pensar que em um mês ou três meses que seja se tornam artistas. Portanto, surge o problema que não somente as professoras de piano enfrentam, mas todos nós que estamos envolvidos com a educação musical. E, vejo que este também é um dos motivos que torna a nossa prática cada vez mais necessária, cobrando de nós um maior embasamento e muito mais qualidade teórica e prática, pois somente assim podemos fazer a diferença na educação musical, mesmo que esta diferença seja apenas os nossos alunos e nós mesmos.
(Essa é também a geração “click”, tudo deve ser rápido e imediatista, temos que conseguir envolver os alunos em rituais novamente...)
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