Não sei qual foi o início da aula do dia 16/05/2011, pois não anotei e não lembro, ou então cheguei atrasado. Continuamos com o tema da aula passada: o que é planejamento? Recebemos um questionário com oito perguntas e também fizemos um trabalho em grupo sobre intervenção, encaminhamento e devolução em relação à prática de cada um no cotidiano e em seguida discutimos sobre o assunto.
O que nós percebemos quando nos reunimos em grupo é que mesmo trabalhando em escolas de educação infantil ou de música, com alunos particulares de instrumentos musicais ou corais os três momentos intervenção, encaminhamento e devolução ocorre. A princípio sentimos dificuldade em desvelarmos estes três momentos em nossas práticas, porém com o desenvolver de nossa conversa percebemos que ocorriam os três momentos, mesmo que às vezes até de forma negativa, mas ocorre. Depois quando todos os grupos socializaram suas descobertas percebemos que um ensino autoritário a devolução aparece em forma de uma prova que geralmente cobra o conteúdo sem se importar com quem aprendeu, como aprendeu, ou ainda pior, se não aprendeu e porque não aprendeu. É um ensino desumanizador. Já o ensino embasado na multidimensionalidade visa à quebra do paradigma atual da educação e busca a humanização e o desenvolvimento de um ser humano multidimensional. Portanto a devolução leva em conta se o aluno aprendeu, como aprendeu e vai além, pois, se o aluno não aprendeu, busca entender o porque não aprendeu respeitando a individualidade e as limitações e potencialidade de cada ser envolvido no processo educacional.
(Isso mesmo.)
OUTRAS OBSERVAÇÕES:
Foi interessante porque um dos integrantes do nosso grupo trabalha com um coral da terceira idade e a princípio achava que não tinha uma devolutiva de seu grupo porque eles esquecem todo o conteúdo trabalhado. Porém ao conversarmos no grupo ele percebeu que tem uma devolutiva sim, mesmo que negativa {o que seria a devolutiva negativa? O esquecimento dos coralistas? (Sim, durante a discussão chegamos a esse consenso.)}. Então, ainda mais interessante foi a proposta que uma outra participante do grupo fez para ele de que deveria sempre repetir o mesmo planejamento todos os dias como naquele filme "Como se Fosse a Primeira Vez" (50 Fist Dates, 2004) que é uma comédia romântica com Adam Sandler em que sua esposa sofre de uma doença de perda da memória recente e ele tem que reconquista-la todos os dias. Abro aqui um parêntesis, pois, vejo que mesmo com alunos que não tenham nenhum problema, a educação deve ser esta conquista e reconquista todos os dias. Já em relação a estes breves momentos onde trocamos ideias uns com os outros na sala de aula, são momentos riquíssimos porque geram diversos pontos de reflexão diferentes e convergentes dos nossos, e esse é o caminho da educação, pois o próprio significado da palavra escola é lugar de conversar/dialogar. Ao final da aula uma aluna perguntou se existe diferença entre avaliação e devolução. A meu ver, a diferença somente existe entre avaliação e devolução considerando o sistema educacional na qual elas estão inseridas, pois se esse sistema é autoritário, tanto a devolutiva como a avaliação não levará em conta o ser humano se ele aprendeu ou não. O importante neste sistema é o conteúdo, ou seja, mostrar para os pais ou a sociedade que o conteúdo foi transmitido e o aluno adestrado. Já em um sistema envolvido com o desenvolvimento do ser humano complexo a avaliação pode ser diferente, pois ela pode ser (diagnóstica, formativa/somativa e final. Tente se apropriar da nova terminologia...) (ou seja, corrigindo é inicial, formativa e somatória) enquanto que a devolutiva poderá ser em forma de avaliação ou apenas um momento de uma aula ou discussão ou resposta à uma pergunta ou questionamento do aluno ou professor.